quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Castanhaço em Chantada, 3 de Novembro



Cinco anos despois, voltamos ao Castanhaço! Se no 2007 o aliciente principal fora a volta dos Rastreros, desta vez a aposta corrigia-se e aumentava-se engadindo Diplomáticos e Papaqueixos. Juntava-se assi o triunvirato bravú por excelência, e ainda se lhes somavam Cuchufellos; grupos todos aos que já tinha visto e cujos concertos já resenhei noutras ocasions neste mesmo blogue, polo que espero nom repetir-me de mais. Havia ainda outra banda mais, os mais novos do paquete: Liviao de Marrao, aos que nom chegamos a ver (ainda que si a escoitar apenas um chisquinho), já que abriam a noite e quando chegamos já estavam tocando as derradeiras (versons de "Zu Atrapatu Arte" e "Somos Liviao de Marrao"). Mágoa, terei que agardar a outra ocasiom para ver tocar ao vivo ao rapaz de Casares.


Logo vinham Os Papaqueixos, que, como todo o mundo sabe, som a realizaçom do que deveria ser a música popular galega se nom fosse este um país amputado em tantos sentidos. Umha banda que bebe de muitas fontes e mete na "batidorra" música tradicional e folk, jazz e funk, rock e ska, agitando-as com espírito punk e ánimo festivo. Numha Galiza melhor haveria muitos grupos assi, mas aqui só tivemos um. Por isso é de agradecer que sigam tocando de quando em vez, e perdoamos-lhes a falta de prática que se lhes chegou a notar nalgum momento (ainda que, quede claro, o som foi fantástico)... e por isso mesmo estaria mui bem que completassem o labor gravando um novo disco, ainda que só seja por ter essas cançons que ficárom fora de "A lóxica aplastante do comité de propaganda". Já sabedes, que se Rouco Varela e os democrata-cristianos, que se "a desaramiar", que se do barco de chanquete nom nos moverám... ainda menos mal que soárom no concerto, junto a clássicos como "Mai löb is güeitin faragüei", "Matías o morcego" (2 vezes) ou, por suposto, "Teknotrafikante", que reservárom para o bis. 


Os seguintes velhotes em sair ao escenário fôrom os Diplomáticos de Monte-Alto, outros que tal bailam. Enumerar as cançons que tocárom seria absurdo, pois como nom podia ser doutro jeito tratava-se dum hino tras outro, e muitos ficárom por tocar. Um concerto seu é umha celebraçom coletiva, umha litúrgia gozosa que sempre é por força curta de mais (apesar do mal hábito que tenhem de repetir "Ai vai" cada pouco). Poderia acostumar-me a repetir este ritual cada poucos anos. Talvez o faga, tem toda a pinta...


Os Rastreros demostrárom ter os bandulhos menos voluminosos, os automatismos melhor conservados, e a atitude mais punki da noite. Sempre foram assi, eram os nossos Cockney Rejects, os nossos UK Subs; que caralho! os nossos Sex Pistols... e resulta-me particularmente reconfortante ver que a mala óstia segue aí, nom só intacta senom renovada, como deixou patente a homenagem às Pussy Riot. Com "Vida de Xan", "Pandeirada Salvaxe", "Mucha Jet(a) Set", "Tratorada", "Rozando nos toxos", ou o hino do Xabarín Club "O sacristán de Basán", era impossível nom vir-se arriba. Por consenso entre os que ali estavamos comentando a jogada - Carlos, Antom e o que isto escreve (faltou Paulo!) -, fôrom os mais convincentes do festival. 


E para fechar a noite, Cuchufellos, quem fixérom o de sempre: pelucons, charanga, bailoteo e festa a ultranza, mui encomiável para essas horas. Como dixo Carlos, estám encaixilhados no papel de entreter borrachos, algo que tenhem dominado. A estas alturas tenho claro que os de Maceda de Trives nom vam ser a minha banda favorita, mas tampouco lhes vou pedir mais.

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